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6 de setembro de 2010

Autobiografia de um animal

Nunca ouvi Smiths.
Dificilmente ouvirei.
Não me faz falta alguma.
Nem imaginava que existisse um sujeito chamado Steven Morrissey, ex-vocalista dos Smiths.
Pois ele existe.
Vai até publicar a sua autobiografia, que não lerei. Tenho mais o que fazer e o que ler.
Sugiro que ele adote como título “Autobiografia de um animal”.
Tenho razões para essa sugestão. Morrissey chamou os chineses de subespécie. É um animal.
O ataque de Morrissey aos chineses foi uma maneira de defender os bichos, segundo ele, maltratados em toda a China. Pode ser. Não duvido. Morrissey é vegetariano e crítico do “especismo”.
Eu sou carnívoro. Mas me oponho a que animais sejam torturados.
Até aí tudo bem. Só não consigo aturar essa obsessão hipermoderna por bichos.
Voltei a ver no Bom Fim uma mulher carregando dois cachorros horrendos num carrinho de criança. Sem essa! Outra mulher, que felizmente não vi, carrega um cachorro numa daquelas mochilinhas de levar criança pendurada no peito.
O bicho anda de óculos. É demais para mim. Adoro cachorros. No quintal. Sei que vão me odiar. Azar. Acho um nojo gente beijar cachorro na boca. Sei que isso é muito comum. Em todos os sentidos. Não é a minha praia.
Gosto de cachorras e até de cadelas, embora nem sempre saiba a diferença entre elas. Para mim esse Morrissey é um cachorro. Pior, faz parte de uma subespécie, a dos artistas que andam de quatro.
Eu poderia ouvir a sua música. Não o farei. Tenho quase certeza de que não passa de um latido. O sujeito tem uma cara de pastor alemão. Qualquer pitbull é mais simpático do que ele. Detesto pitbull. É um bicho inútil, artificial e perigoso. Prefiro as amebas. São mais queridas e silenciosas. Nunca ouvi falar de uma criança comida por uma ameba.
Também nunca ouvi uma declaração de Morrissey em defesa das crianças chinesas maltratadas ou de qualquer outro lugar no mundo. Desconfio de quem defende muito os animais e jamais dá um pio em favor dos humanos. Tenho medo desse anti-humanismo especista.
Nada me parece mais brega do que uma gostosa dirigindo um veículo 4x4 acompanhada de um cachorro enorme. Na maior parte das vezes, eles têm o focinho do Morrissey. E as ideias. Um cara desses devia morar num canil e comer ração todos os dias. Ficaria certamente com um hálito melhor. Sei que estou rosnando. Que posso fazer? Esses caras me tiram do sério. Ainda bem que dentro de 15 minutos terei esquecido a sua existência. Como é o mesmo dessa figura? Morrissey o quê? Já esqueci. A autobiografia dele deve ser tão boa quanto a do Tiririca.
Ele que vá fazer xixi em outros postes. Uau!

FONTE: CORREIO DO POVO 06/09/10 - Coluna JUREMIR MACHADO DA SILVA,

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